domingo, 25 de dezembro de 2011

Especial de Natal - Natal na Terra do Bom Velhinho



Jimmy, Tommy e Natasha eram três crianças, todas com 10 anos de idade e moradores de uma pequena cidade. O Natal estava chegando e todos estavam felizes, as residências já se encontravam arrumadas, as pessoas já estavam prontas para comprar os presentes, tudo estava em clima de Natal. Entretanto, Jimmy não estava todo alegre, seu maior sonho nunca foi realizado: conhecer o Papai Noel!
Tommy e Natasha já haviam desistido de convencer o garoto a desistir de seu sonho; demasiado fiel a ele era Jimmy.
Era quase véspera de Natal, faltavam apenas poucos dias para a grande data e os três amigos estavam deitados em um pequeno gramado, apreciando a vastidão daquele céu lindo, suas estrelas e a lua em seu zênite.
- O Natal está chegando... – disse Natasha, tentando puxar conversa com seus amigos
- Eu adoro o Natal! – disse Tommy, sorridente – É época de reunir os amigos, a família, é o melhor feriado do ano!
- Verdade!
Natasha e Tommy mostravam-se claramente, através de seus rostos, a felicidade por ser véspera de Natal. Porém, Jimmy mostrava-se claramente, através de seu rosto, que estava um pouco triste, abatido com alguma coisa. Ao perceber, Natasha perguntou, preocupada:
- Aconteceu alguma coisa?
- É que lá vai mais um ano e nunca consigo ver o Papai Noel! – respondeu Jimmy
- Você não vai mesmo tirar da sua cabeça essa sua ideia maluca, né?
- Claro que não! – respondeu o garoto – Qual criança não quer conhecer o Papai Noel?
- Olhem. Olhem! – disse Tommy, desesperado. O garoto olhava para o céu.
Jimmy e Natasha olham para o céu. O trio vê uma estrela cadente atravessando o céu.
- Vai, Jimmy, faz seu pedido. Vamos ver se ele se concretiza! – disse Natasha
Jimmy começa a pensar em seu desejo: “Eu desejo conhecer a terra do Papai Noel. Eu desejo conhecer a terra do Papai Noel. Eu desejo conhecer a terra do Papai Noel”
Acontece um brilho.
Passa-se bastante tempo, apesar de ninguém saber exatamente quanto...
Jimmy, Tommy e Natasha, ambos com a cabeça ardendo de dor de cabeça, acordam, em um cenário totalmente diferente de onde dormiram. Ainda estavam bastante sonolentos e o mundo parecia girar para os garotos.
- On...Onde estamos? – perguntou Jimmy
Estavam em uma enorme planície toda coberta por gelo. Havia poucas árvores, pinheiros, dentro daquela vastidão gelada. Entretanto, por incrível que parecesse, Jimmy, Tommy e Natasha não estavam sentindo frio, por mais inapropriada para suas roupas fossem para aquele tempo.
- Parece que estamos em algum deserto de gelo! – disse Tommy. Como sempre, o garoto mostrava-se ser o “crânio” do trio
- Como viemos parar aqui? – perguntou Natasha – E como não estamos sentindo frio, mesmo estando no meio de um deserto de gelo?
- Olhem! – disse Jimmy. Ele estava afastado dos garotos, no cume de um desfiladeiro. O garoto estava olhando para baixo e parecia não ter vertigem com a altura
- O que foi? – perguntaram Tommy e Natasha, ambos caminhando em direção ao amigo
Quando o trio se reuniu novamente, Tommy e Natasha viram o que Jimmy já havia visto: no sopé do pequeno desfiladeiro havia uma gigantesca casa, com um letreiro escrito a neon: “Casa do Papai Noel”
- É a casa do Papai Noel! – disse Tommy, surpreso
Um sorriso de satisfação abre no rosto de Jimmy.
- Vamos lá! – disse, enquanto descia o desfiladeiro, sob os gritos contrários de seus amigos. A animação do garoto era imensa, afinal, seu sonho estava começando a se tornar realidade.
Como Jimmy não lhes obedeceu, Tommy e Natasha tiveram de descer atrás dele. Jimmy foi o primeiro a chegar ao sopé do desfiladeiro, seguido de seus amigos.
- Vamos entrar! – disse Jimmy, mas Tommy segurou-o pelo colarinho
- Acalme-se, Jimmy. Acalme-se! Não sabemos se podemos ir entrando na casa do Papai Noel assim, só porque ele é o Papai Noel! Olhe! – disse, observando a porta de entrada da casa, onde havia vários homens parados vestidos de smoking parado na porta. Jimmy obedece a Tommy. – Viu? Há vários seguranças na porta da casa do Papai Noel.
- Por que haveria de ter seguranças na casa do Papai Noel? – perguntou Natasha
- Apesar de muitos acreditam que ele não existe, o Papai Noel ainda é o Papai Noel. Além do mais, ele entrega presentes para o mundo inteiro, portanto sua casa deve de estar lotada de presentes. É claro que vai ter seguranças.
Jimmy fica em silêncio. Tommy lhe solta.
- Venha! – disse, se deslocando em direção à lateral da casa – Eu me lembro de ter visto uma espécie de trenzinho entrando pelos fundos da casa.
- Vamos entrar escondidos na casa do Papai Noel? – perguntou Natasha, para Tommy, enquanto o trio se dirigia aos fundos da casa
- Melhor que tentar entrar pela frente! – disse Tommy
Jimmy estava em completo silêncio. Estava tão apreensivo de a hora chegar, que mal conseguia formular uma frase sem gaguejar.
O trio chega aos fundos da casa. Havia um trilho onde um enorme trenzinho, carregado de matéria-prima, entrava na enorme mansão. O trilho corta a planície até perder de vista.
- Vamos entrar escondidos pelo trenzinho! – explicou Tommy
E assim todos fizeram. Entraram em um dos enormes vagões daquele trem, se escondendo entre as matérias-primas de fabricação de brinquedo.
O trem entrou na casa do Papai Noel, por meio de túnel. O local era escuro e apertado, como uma espécie de esgoto.
- Onde estamos? – perguntou Natasha, com medo
- Parece que entramos na casa do Papai Noel! – disse Tommy – Agora falta achá-lo!
- Gente... – disse Jimmy, um pouco desesperado, olhando fixamente para frente - Olhem!
Tommy e Natasha olham para frente, acompanhando o olhar do primeiro. Eles percebem que o túnel havia se findado, entrando em uma imensa galeria, bem mais iluminada e bem maior que o túnel, mal dava para ver o teto. O trio fica maravilhado, diante da grandeza do local, mas não só pela grandeza, mas diante da maquinaria que preenche o local: era uma legítima fábrica de brinquedos. Entretanto, ao contrário de uma fábrica normal, a linha de produção desta não era lateral, era vertical, para cima e, ao contrário do que os garotos haviam reparado, para baixo também.
Maravilhados pelo local, os garotos, enquanto vislumbravam a galeria, não repararam no precipício ao fim dos trilhos, só percebendo quando caíram junto do trem.
Ao contrário do que se imaginaria a princípio, o trem não caiu em queda livre, ficou grudado aos trilhos, seguindo-os pela parede e depois cortando a galeria, como uma montanha-russa. Entretanto, além da enorme velocidade adquirida, os trilhos ainda rodopiavam, para os brinquedos caírem no lugar certo. Jimmy, Tommy e Natasha tinham que se segurar para não caírem, sabe-se lá aonde. Era mais do que óbvio que os corações das crianças estavam mil por hora e as crianças não paravam de gritar.
Depois dos rodopios e da montanha-russa em pleno ar, sem ter chão abaixo, o trem segue o resto do trilho, entrando em uma porta que se confunde com a parede. Os garotos estavam nauseados, caídos no chão do vagão vazio, tontos. Ou melhor, todos, não, apenas Tommy e Natasha. Jimmy estava sentado no local, sorridente. Aquilo tudo que nauseou seus amigos, para Jimmy, era apenas uma deliciosa brincadeira.
- Foi muito maneiro! – disse, esbanjando sorridente, assim que tudo acabou
- Só se for... pra você! – disse Natasha, com a cabeça ainda girando, de tão tonta que estava. Situação semelhante estava Tommy
Depois da enorme galeria e do pequeno túnel, o trem parou dentro de uma grande sala, lotada de presentes.
Jimmy desceu do trem. Já melhores, Tommy e Natasha estavam sentados no trem e a última perguntou:
- Onde estamos?
- Parece que aqui é a sala do Papai Noel! – disse Jimmy
Os dois garotos descem do trem e andam até o remanescente, enquanto Tommy perguntava:
- Por que diz isso?
- Olhem! – disse Jimmy, enquanto seus amigos chegavam até a posição dele
Tommy e Natasha, lado a lado a Jimmy, olham para onde o garoto estava olhando. Eles perceberam que estavam dentro de uma sala enorme, lotada de presentes, com um senhor gordo, de roupas vermelhas, chorando debruçado na mesa que preenchia um fragmento do espaço daquela sala.
- Espera aí. – disse Tommy – Estamos na sala do Papai Noel? – perguntou, surpreso
O velhinho escutou a voz das crianças e olhou.
- Crianças?! – perguntou, surpreso, assustando as crianças
Percebendo que as crianças ficaram acuadas, o velhinho, de barbas longas e grisalhas, gordo, roupas vermelhas, se levantou e disse:
- Acalmem-se, acalmem-se, não vou lhes fazer mal!
Os garotos voltam à posição normal.
- Papai Noel, é você mesmo? – perguntou Jimmy, demasiado feliz
- De fato, eu tenho essa alcunha! – disse o bom velhinho, com voz de bonachão
Jimmy, agora sem segurar suas lágrimas, sai correndo em direção ao Papai Noel e o abraça.
Rindo como um legítimo bonachão, o bom velhinho diz:
- Não precisa de tanto, meu jovem. Não precisa de tanto!
- Era o desejo dele conhecê-lo, Papai Noel! – explica Natasha
- Olha, eu não sabia. Por que não falaram antes? – disse Papai Noel, enquanto abraçava o garoto mais forte
Depois do momento encontro, Tommy pergunta para o bom velhinho:
- Papai Noel, quando chegamos aqui, você estava chorando. Por quê?
- Desculpem colocá-los no meio dos meus problemas!
- Não se preocupe! Estamos aqui para ajudá-lo no que der e vier! – disse Jimmy, ainda sorridente
- Vocês podem me ajudar a entregar os presentes? É que já estou ficando velho e não sei se darei conta do recado!
- Claro que podemos, Papai Noel. Será uma honra!
- Bom que recebemos uma carona para voltar depois! – disse Tommy
- A última cidade que entregamos será a de vocês, meus jovens...
- Eu sou Jimmy! – disse Jimmy – E estes são Tommy e Natasha!
- Jimmy, Tommy e Natasha, os novos ajudantes do Papai Noel! – disse o bom velhinho – Vamos pôr a mão na massa, que a noite é longa e o trabalho também!
Enquanto Jimmy, Tommy e Natasha começam a povoar o trenó do Papai Noel de presentes, para partirem em direção ao mundo, o quarteto resolveu cantar, para animá-los enquanto trabalhavam.
{Obs: o nome entre parênteses é o nome de quem cantou a última estrofe)

“Hoje é dia de festa,
Hoje é dia de entrega
Os presentes vamos entregar
Pois essa é a magia do Natal [Papai Noel]
Nenhuma casa vai deixar de a gente receber
Nenhuma criança, neste Natal, presente vai deixar de ter
É dia de festa, é dia de alegria
Pois é o dia do Natal [todos]
Como eu gosto do Natal
É época de presentes receber
Melhor ainda é a presença do Papai Noel ter [Jimmy]
É hora de o Papai Noel começar a trabalhar
Distribuir presentes e alegria
A todos as crianças deste vasto mundo [Tommy]
Crianças, é hora de embarcar
Pois muitos presentes temos que entregar
Não podemos nos atrasar
Visitar o mundo inteiro agora iremos [Papai Noel] [...]”

A turma embarca no trenó do Papai Noel, sem parar de cantar. Em seguida ao embarque, eles partem em direção aos céus do mundo:


“[...] Nenhuma casa vai deixar de a gente receber
Nenhuma criança, neste Natal, presente vai deixar de ter
É dia de festa, é dia de alegria
Pois é o dia do Natal [todos]
Ah, como eu quero Paris conhecer
A Cidade-Luz, a mais bela deste planeta
Comprar presentes para todos meus familiares
Joias e mais joias [Natasha]
Como eu quero conhecer a Itália
Estudar pela história de Roma
Conhecer de perto do Santo Papa
E comer a pizza daquela terra [Jimmy]
Como eu quero de perto conhecer o Brasil
Nadar nas praias do Rio de Janeiro,
Conhecer a cultura milenar dos índios e negros
E conhecer a flora e fauna da nossa terra maravilhosa [Tommy]
Podemos conhecer toda essa terra, é só querer
Paris, Itália, Brasil, vamos todos conhecer
É só os presentes lá entregarmos [Papai Noel]
Nenhuma casa vai deixar de a gente receber
Nenhuma criança, neste Natal, presente vai deixar de ter
É dia de festa, é dia de alegria
Pois é o dia do Natal”
Quando terminaram de cantar, o trenó do Papai Noel estava sobrevoando uma pequena cidade, cuja população estava desesperada. Tinha polícia nas ruas, pessoas chorando, um corre-corre.
- O que será que está acontecendo? – perguntou Jimmy, preocupado
- Parece que estão atrás de alguém! – disse Papai Noel
- Será que estão nos procurando? – perguntou Natasha
- Por que diz isso, Natasha? – perguntou Jimmy
- Olhe, Jimmy! – disse Natasha, apontando com os olhos para o chão. Jimmy lhe obedece – Veja quem está mais nervoso!
Jimmy percebe uma mulher chorando nos ombros de um senhor, de idade semelhante à dela, ao lado de um policial. Ao ver a cena, os olhos de Jimmy mudam de expressão, demonstrando uma melancolia.
- Mamãe! – disse o garoto
Todos ficam em silêncio enquanto o garoto era tomado pela melancolia.
Papai Noel coloca a mão no ombro do garoto e diz:
- É chegada a hora de retornarem!
Era uma modesta casa. O local estava todo enfeitado para o Natal, enquanto a mesa da cozinha da pequena casa estava cheia de guloseimas, parecia que um eminente jantar era iminente naquela casa.
Papai Noel entra na casa pela porta da frente, junto dos seus pequenos ajudantes.
- Obrigado por tudo que fizeram por mim, meus pequenos ajudantes! – disse o bom velhinho – Sem vocês, talvez milhares de crianças hoje não estivessem recebendo presentes!
- Foi uma honra ajudar o Papai Noel! – disse Jimmy, sorridente
- Até mais, crianças. Agora é hora do bom velhinho voltar para sua terra!
O trio se despede do Papai Noel, enquanto ele parte.
- Foi uma viagem inesquecível! – disse Jimmy, sorridente
- Com certeza! – disse Tommy
O trio escuta um homem falando, do lado de fora da porta da casa:
- Vamos. Você precisa comer. A polícia achará nossos filhos!
O trio percebe uma mulher, aos prantos, dizer:
- Tu...Tudo bem!
A porta da casa se abre. O casal que Jimmy havia visto anteriormente entra na casa. A mulher, ainda aos prantos, ao ver os garotos, diz, correndo em direção a eles:
- Jimmy!
A mulher abraça o garoto muito forte. Outras duas senhoras fazem o mesmo, com Tommy e Natasha.
Depois da sessão reencontro, de um breve intervalo de choro emocionado das senhoras, a mãe de Jimmy lhe pergunta:
- Onde estavam?
- Com o Papai Noel! – respondeu Jimmy
- Não mente, Jimmy, é feio! – repreendeu a mãe – Onde estavam?
- É sério, mãe. A gente estava com o Papai Noel entregando presentes pelo mundo!
De repente, todos ouvem sinos batendo do lado de fora da casa, e se dirigem até a rua. Ao chegarem à rua, veem o trenó do Papai Noel sobrevoando o local, dando tchau para todos, antes de dizer:
“Ho! Ho! Ho! Feliz Natal!”

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