terça-feira, 30 de agosto de 2011

Digitais


Tudo que tocamos  ficam as nossas digitais marcadas. E a cada hora que voltamos  para corrigir algo que pensássemos que teria concerto, acabamos destruindo ainda mais. Foi mais ou menos com essas palavras que um dos meus professores disse em sala de aula. Ele falava sobre a ação do homem sobre a natureza. Porém se pararmos para pensar dá para utilizar este pequeno discurso em várias situações da vida.

Quando o passado começa a interferir negativamente o melhor a se fazer é olhar para frente e seguir um trajeto que  te faça esquecer o que te faz mal. Talvez seja a hora de escrever um novo capítulo em sua história. Insistir em algo que não te dá retorno torna um processo desgastante em vários aspectos. Tentar resgatar uma amizade muito abalada ou até mesmo um namoro que está quase no fim pode ser um tiro no pé. As vezes a melhor forma para corrigir isto é dar tempo ao tempo ou se não procurar um outro caminho para seguir.

Foi como o professor disse "Tudo em que o homem toca ficam as suas digitais marcadas". Isto quer dizer resumidamente que tudo que  fizer nunca poderá ser apagado. Porém ficar se lamentando (ou imaginando) o que não aconteceu não te levará a lugar nenhum. Em certas ocasiões tentar recuperar o que já foi perdido poderá trazer momentos ainda piores. O importante é seguir a sua vida levando consigo o aprendizado das "burrices" que cometeu. Ora bolas, ninguém nasce sabendo tudo né? Mas sair cometendo os mesmos erros é querer não parar de sofrer . Pois a cada hora que você  tentar corrigir algo que não está em suas mãos resolver acabará atrapalhando ainda mais o que já estava com problemas.

Quer um conselho sincero? Goste mais de você. Aprenda com os seus erros e não fique jogando a culpa a onde não está. Sair tentando desesperadamente achar uma solução para que as coisas aconteçam do jeito que você queria não adiantará nada. Os dias seguem. E você? Vai ficar parado no tempo esperando que tudo volte atrás? .Uma das coisas que aprendi é que se não foi pra ser verdadeiro é melhor que não seja .O respeito por si próprio tem que ser maior do que qualquer situação.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

O jogo mais assustador de todos os tempos


Eu acabei de jogar o jogo MAIS ASSUSTADOR DE TODOS OS TEMPOS. Preste atenção no que eu tenho a dizer antes de sair falando “Oh, provavelmente é só uma criança que tem medo de qualquer coisa”. Eu não fico assustado com jogos ou filmes. Escrevo estórias de terror e assisto filmes e jogos do gênero com bastante frequência. Pouca coisa verdadeiramente me deixa assustado. E esse jogo é um deles. Me deixou MUITO ASSUSTADO.

Você não tem ideia de qual é a história por trás do jogo. Assim que você aperta play, é jogado para dentro do jogo sem mais nem menos. Entretanto, eu fui capaz de entender como é a história depois de terminar esse jogo terrível. Aparentemente, você é um louco. Não nos dão seu nome, mas pode-se imaginar qual é se você prestar atenção no título. Por alguma razão, você escapou de um hospital psiquiátrico. E agora, o estado horrendo de sua mente transformou os corredores do hospital em nada além de um labirinto todo preto, cuja única iluminação vem das paredes, que brilham em um azul mortal.

Seu personagem parece ser algum tipo de canibal louco que você mal consegue controlar. Você pode forçá-lo a virar as curvas do corredor assustador, mas nada mais pode ser feito. Seu personagem quer pegar qualquer coisa e tentar comê-la; o que quer que esteja à sua frente ele pega, coloca na boca e engole.

Enquanto joga, você é caçado por monstros fantasmas medonhos e extremamente assustadores. Você não pode feri-los, e chegar perto de qualquer um deles é morte instantânea, a qual o fantasma vai para cima de você e te rasga no meio, enquanto escuta o som horrível do seu corpo sendo retorcido.

Você pode, contudo, comer alguns objetos estranhos escondidos no labirinto, que faz seu personagem ficar em um estado muito mais instável. Você pode literalmente COMER os monstros fantasmas. Seu personagem corre na direção deles e os devora, só deixando seus olhos.

Não há palavras para descrever o quanto horrendo e tenebroso é esse jogo, e eu não quero estragar as surpresas para vocês. Agora vão e tentem vocês mesmos. Pesquisem no Google a palavra Pac-Man. Bom jogo e divirtam-se!


By: Medo B (com algumas alterações minhas)

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Trecho de O Massacre em Violenttown


“...A cada segundo que se passava naquele local, o gemido sinistro voltava a se repetir, cada vez com mais intensidade, em mais vezes. A cada segundo passado, o silêncio da noite foi sendo preenchido pelos gemidos. E, a cada gemido escutado, minhas forças foram se esvaindo do meu corpo, como um demônio em um corpo exorcizado. Levei as mãos às têmporas, como se quisesse fazer o som esvair-se do meu corpo, mas foi em vão. O som tomou o meu corpo, arrancando dele toda a força necessária para sair daquele inferno...”


CAPÍTULO 1 - ZUMBIS


Etthero, Colégio Itahtari, o Violenttown[1], 31 de maio de 2006

Lá estava eu novamente naquele maldito colégio. Eu odiava aquele colégio do fundo de minha alma. Não por causa do colégio em si, ele era bastante grande – tinha 3 andares – e tinha muita infraestrutura para atender a demanda de alunos. O seu problema era justamente esse: os alunos. O colégio Itahtari não recebeu o nada lisonjeado título de Violenttown à toa: aqui é o colégio da região com maior caso de bullying escolar. A cada dia, 3 ou 4 alunos são vítimas de bullying. Até eu fui alvo de bullying, a minha sorte é que eu sou amigo de um bandido famoso no colégio, e ele me dava certa “proteção”, apesar de que eu tinha uma proteção a mais...

Agora, entretanto, não sofro mais de bullying, por estar no 2º ano, e conhecer o povo do 3º ano, e ambos os anos que dão os bullying nos demais.

A minha turma é mais tranquila que boa parte do colégio. Por incrível que possa ser, somos amigos de quase todos os alunos do Violenttown e não damos bullying em ninguém. E, por isso, o pessoal do terceiro ano não é chegado na gente, apesar de não praticarem bullying conosco.

Eu possuo muitos amigos na minha turma, mas quem está me chamando a atenção agora é Brunna, uma linda e meiga garota que eu conheci quando entrei no segundo ano, e, pelo fato de pegarmos o mesmo ônibus para virmos à escola, acabamos virando amigos. Mas eu quero ser mais que amigo. E poderia ser, se ela não namorasse Ricardo, o pior aluno do terceiro ano, responsável por quase todos os casos de bullying provenientes do terceiro ano. Mas, mesmo assim, eu gostava da Brunna e

continuava sendo o melhor amigo dela no Violenttown.

Aquela noite havia começado normal para mim. Eu vim com Brunna no ônibus e entrei na sala de aula normalmente. Entretanto, o que aconteceu dali em diante foi estranho para mim. Quando entrei na sala, recebamos um jornal, tanto eu quanto Brunna.

- Um jornal?! – perguntou Brunna, para quem estava nos entregando – Por que está nos entregando um jornal?
- O diretor pediu para entregar! – disse o rapaz, enquanto eu e Brunna, que sentava à minha frente, colocávamos as nossas mochilas nas nossas respectivas carteiras

Em seguida, eu e Brunna saímos da sala, pois ainda demorava cerca de quinze minutos para começar a aula. Eu saí com o jornal na mão, fiquei bastante curioso para saber o que o jornal continha. Brunna parecia não se importar, não carregava o jornal consigo.

- Vai aonde, Julian? – perguntou Brunna, com aquela doce boca, olhando com seus olhos verde-esmeralda direto nos meus

- Em lugar nenhum, por quê? – perguntei

- Venha comigo na sala de computadores!

- Vai dar tempo de ir lá? – perguntei

- Qualquer coisa, vamos de elevador!

Assenti à ideia de Brunna e fomos andando em direção às escadas ou ao elevador para podermos chegar ao terceiro andar do Violenttown, onde ficava a sala de vídeo; a biblioteca; a sala de informática, aonde iríamos e as turmas do terceiro ano.

Enquanto caminhávamos pelo gigantesco pátio do Violenttown, abri o jornal e comecei a lê-lo.

- Aqui está contando sobre “O caso do cemitério Earpark”! – disse

- Eu sei! – disse Brunna, seca – Eu vi!

- E por que você está tão seca?

- É porque Joe era meu amigo! – disse Brunna, irritada, olhando para mim, com os olhos cheios de lágrimas

Naquele momento, fiquei sentido com o que Brunna falou. Por algum motivo, eu senti a dor de Brunna. Infelizmente, nada podia fazer, nem para confortá-la, nem para confortar-me de que ela precisava de um conforto que eu não poderia dar.

- Acho melhor mudarmos de assunto! – disse, cabisbaixo, triste

- Não sinta as minhas dores, Julian! – disse Brunna, antes de virar-se novamente e andar, deixando-me para trás

Depois que Brunna disse a última frase, eu fiquei inerte onde estava, pensando no que ela havia me dito. Não sinta as minhas dores..., realmente eu estava sentindo a dor da morte do tal do Joe, que era amigo de Brunna, e não meu. Eu não conhecia esse moleque, a menos pelo fato de que os amigos de Ricardo davam bullying nele todo santo dia, mas nada de mais quanto a isso.

- Ei! – gritou Brunna, no pé da escada – Você vem ou não?

- Sim! – disse, enquanto dirigia-me à porta do elevador

Era estranha a estrutura do Violenttown no segundo e no terceiro andar. Tanto em um quanto no outro havia um imenso espaço vazio no meio, como se fosse para visualizar o primeiro andar mesmo estando no terceiro. Mas, ao contrário do último andar, o segundo havia uma passarela ao meio do espaço, ligando um banheiro ao outro. Enquanto isso, o elevador ficava no meio do pátio, de frente para o espaço vazio, para a passarela e/ou para o corredor principal, dependendo de qual andar você está falando.

Pouco tempo depois, chegamos à sala de computador. Ao entrar, enquanto Brunna se dirigia a um computador vago, ou específico, uma vez que todos estavam vagos, eu olhei no relógio e disse, enquanto fechava a porta:
- Ainda faltam dez minutos. Dá tempo!

- Com certeza! – disse Brunna, enquanto se sentava à frente de um computador, e eu me dirigia para sentar ao seu lado

Enquanto eu me sentava, indaguei-lhe:

- Por que este computador, Brunna?
- É o único que dá para abrir páginas sociais e e-mails!

- Entendo!

Brunna logo abriu várias de suas páginas sociais e seu e-mail. O último que ele foi verificar foi seu e-mail, que possuía diversos e-mails não lidos.

- Realmente você não abre seu e-mail constantemente! – brinquei

- É porque eu não tenho internet em casa. Aí, quando eu venho cedo ao Itahtari, eu venho aqui abrir meu e-mail.

Colégio Itahtari. Brunna é praticamente a única pessoa que se refere ao Violenttown pelo seu verdadeiro nome, Colégio Itahtari.

Eu estava absorto em meus pensamentos, e acordei deles quando Brunna exclamou:

- O que é isso?!

- O que aconteceu? – perguntei, um pouco assustado

- Que e-mail estranho é esse? – perguntou Brunna, enquanto dirigia

o mouse em um estranho arquivo em Power Point, que se chamava “Os 7 dias finais”

- O que aconteceu? – insisti, principalmente porque Brunna chamava de estranho um E-MAIL e estava entrando em um ARQUIVO EM POWER POINT

- Eu recebi um e-mail contendo esse arquivo, só que seu nome é muito estranho!

- Realmente... – concordei, depois de olhar o nome

- Vamos ver o que é! – disse Brunna, enquanto clicava com o mouse para abrir o medonho arquivo

Brunna abre o arquivo, que era em slides. Ele tinha fundo preto, com escritos brancos. Havia desenhos demoníacos ao fundo, em vermelho.

- Que coisa é essa? – perguntou Brunna, assustada com o fundo dos slides

É porque ela ainda não havia lido o que estava escrito. Quando lesse os escritos, sua reação seria pior do que quando viu apenas os desenhos.

Eu também estranhei os slides, mas, em seguida, começamos a lê-los, com ela lendo em voz alta.

Estava escrito, separados por slides:

“As últimas flores desabrochadas

Morreram como um sussurro delicado”

Brunna olha para mim com um olhar de quem não havia entendido nada.

Dei de ombros, para mostrar de que eu estava igual a ela, entendendo bulhufas.

Brunna estava com medo daqueles slides amedrontadores, mas, como a curiosidade era maior que o medo, acabou por continuar a lê-los.

O próximo slide estava escrito:

“Que prende, incendeia, tortura

E massacra a pobre mente humana”

O slide seguinte estava escrito:

“Nada mais devastador para a pobre mente humana

Do que os sussurros delicados vindos da alma”

Brunna olhou novamente para mim com o mesmo olhar de antes, e minha reação foi semelhante à anterior. Novamente a curiosidade era maior que o medo e continuamos a ler os slides:
“Da pobre alma consumida pela carne,

Da pobre alma destruída pelos homens”

- Isso está me dando medo! – disse Brunna, visivelmente com medo

- Eu sei, eu sei, mas... vamos terminar de ler. Deve ser uma daquelas pegadinhas que eles mandam na internet. No final, sempre vem alguma coisa engraçada. Você vai ver!

Nem eu tinha certeza de que haveria, mas sabia que aquilo era uma armação de alguém para brincar com a mente frágil dos outros, como Orson Welles fez em 1938[2]. Brunna criou coragem e voltou a ler os slides, que se seguia para o último e mais estranho:

“Daqui a 7 dias o fim terá chegado

E o doce amargor do fracasso provado”

Em seguida, provou-se que a minha teoria estava errada, pois não terminou de forma dócil e gentil, como normalmente acontece, mas sim aterrorizador, para dar medo ao leitor.

- Daqui a 7 dias o fim terá chegado... – repeti, preocupado e pensativo

- Esse slide foi de muito mau gosto! – disse Brunna, irritada

- Com certeza. Mas, como disse, deve ter sido...

Fui interrompido por um grito, nada engraçado. Já estávamos assustados e, ainda por cima, ouvimos um grito, que parecia ser de alguém que estava com muito, mas muito medo, não quem tomara um susto, ficamos com mais medo ainda.

- O que foi isso?! – perguntou Brunna. Estava bastante assustada, e demonstrava em seu semblante

- Não sei. Vamos lá ver! – eu disse

Saímos correndo, sem titubear. Corremos a passos largos e chegamos em frente à porta em questão de segundos. Abri a porta. Tomamos o maior susto que podíamos ter tomado.

- O que... é isso? – perguntei, assustado



[1] Cidade da Violência. Em inglês, no original

[2] Orson Welles narrou uma invasão alienígena em seu programa, em 1938, causando a maior confusão, pois parte da população acreditou na veracidade dos fatos