quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

TODOS CONTRA UM - VITA




Rafael de Oliveira era um rapaz de dezenove anos. Era um rapaz comum, embora fosse muito inteligente – mas não se gabava de tal fato – e um tanto estressado, o que tornou o seu maior problema quando se tornou amigo de figuras inesquecíveis, de tão surreais que são.

Como toda manhã, Rafael acordou cedo. Aproveitou a manhã ensolarada, com raios solares fracos, para dar uma bela caminhada por sua cidade. Estava atravessando o centro da praça próxima de casa quando avistou uma cena para ele bastante inusitada: avistou sua amiga Vita de Cássia - uma garota loira, magra, relativamente bonita, e que detém pouca inteligência – lendo um livro.
De tão surpreso Rafael estava que o rapaz sentou-se ao lado de Vita no banco e perguntou:
- É sério o que estou vendo? Está mesmo lendo?
Vita, que se encontrava absorta em sua leitura, assustou-se com a chegada repentina de Rafael. Tamanho o susto que a garota jogou o livro para cima, pegando-o em seguida.
- Que susto, Rafael. Quando chegar do nada, me avisa pelo menos.
- Desculpa. Não quis lhe assustar. – desculpou-se o rapaz – Mas é sério o que estou vendo? Você está mesmo lendo?
- Estou sim. Por quê?
Rafael mede a temperatura na testa de Vita.
- Você deve estar doente...
- O QUÊ?! – Vita se desespera. Rafael se constrange. – Ai, meu Deus! – a garota começa a gritar e a se debater, tamanho o desespero – Ai, meu Deus, só me faltava... eu estar doente... ai, meu Deus... – virou-se para Rafael, segurou seu braço e começou a sacolejá-lo – Eu estou doente, eu estou doente... eu vou morrer... eu vou morrer...
- Vita... – disse Rafael, segurando o braço de Vita, quando esta segurara o seu. Tentava acalmar a garota... - Vita, acalme-se... Vita... Vita... – percebendo que a garota não lhe escutava, Rafael interrompeu seu desespero com um grito – VITA!! – Vita se acalma – Foi uma piada... – Vita se alivia. – Mas, não posso negar o fato de estar surpreso por te ver lendo um livro... – Rafael fita a capa do livro – Olha, um livro de história. Bastante interessante. Está lendo o quê?
- Um livro de história.
Rafael fecha a cara.
- Eu sei que é um livro de história.
- Se sabe, por que perguntou?
Rafael se irrita. Entretanto, tenta se acalmar em seguida, respirando fundo.
- Estou perguntando qual passagem do livro você está lendo.
- Isso é a Bíblia, para ter passagem?
- NÃO! – Rafael gritou – Estou querendo saber qual a parte do livro que você está lendo...
- Ahhhhhhh... Capítulo XI, página 429.
Rafael respira fundo.
- Como que se chama o nome desse capítulo? É só isso que estou querendo saber...
- Ahhhhh... por que não falou antes? Chama-se “A Primavera dos Porcos”!
- Primavera dos POVOS! – corrigiu Rafael
- Foi o que eu disse!
- Por que você é assim, hein?
Vita fecha o livro.
- Papai e mamãe capricharam, né?
- Não! – Rafael meneia negativamente a cabeça – Definitivamente, não!
Vita fecha a cara, ficando mal-humorada, cruza os braços e disse:
- Me emburreci agora!
- Isso você fez no dia que você nasceu. Você se a-bor-re-ceu!
- Isso daí. – Vita continuou com o braço cruzado
Rafael se levanta.
- É melhor ir para casa comer alguma coisa.
- Está com fome?
- Não, com dor de cabeça.
Rafael parte do local.
- Mas, mas... – tentou argumentar Vita sobre a última fala proferida por Rafael, mas já era tarde; o rapaz já havia partido do local.

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