quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Resenha do livro "As Esganadas", de Jô Soares



Nome da obra: As Esganadas
Autor: Jô Soares
Páginas: 259
Nota(de 1 a 5): 3


"As Esganadas" conta a história de um assassino em série, que tem o prazer em matar gordas, utilizando-se de receitas portuguesas, tudo ocasionado por um forte trauma deste para com sua mãe - gorda e portuguesa.
Somos apresentados a vários personagens, como Caronte, o assassino (não é spoiler, pois o próprio autor conta quem é o assassino, logo no início), o delegado Mello Noronha, encarregado do "Caso das Esganadas", o inspetor Valdir Calixto, o detetive português Tobias Esteves e a jornalista Diana de Souza Talles. Cada personagem possui a sua personalidade bem delimitada - senti um pouco de falta em Diana, deixada bem a segundo plano durante toda a história.
É um bom livro, com desfecho engraçado - não sensacional, pois foi fácil prevê-lo; creio que mesmo aquele que não seja escritor facilmente prevê - e a história é toda muito suave, além de rimos bastante com as asneiras proferidas por Calixto, talvez o personagem que dá um show a parte. E só.
Como livro policial, senti a falta da tensão durante todo o livro normalmente criados em livros do ramo como "quem é o assassino?" ou algo do tipo. Desde o início sabemos quem é o assassino, a história se desenrola no intuito da polícia em descobrir - apenas descobrir, não parece em momento algum que a polícia tinha o intuito de parar os assassinatos desenfreados - quem é o assassino. Só que, como todo livro que, ao lermos, sabemos que haverá um final feliz, ao ler você já imagina que, no final, acontecerá algo que mudará todo o rumo das investigações e que acarretará na descoberta do assassino - o fatídico final DEUS EX MACHINA, que eu particularmente detesto.
Senti também desnecessidade em algumas passagens do livro em narrar fatos, completamente alheios à história, e que apenas acresce o conhecimento do leitor - seja de fatos fictícios, ou de fatos reais -, bem como de criar situações igualmente alheios (como a corrida na qual Diana participa, como se fosse um FILLER), como se o autor quisesse demonstrar um conhecimento sobre as situações e os fatos que aconteceram no ano de 1938 (ano que se passa a história).
Enfim, é um livro morno, não é aquele livro que te entusiasma em relê-lo ou indicá-lo aos amigos, mas, pelo menos, não é um livro que te faz desanimar de sua leitura no meio do caminho.

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