terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A importância dos empregos "imprestáveis"

Ninguém nasce querendo para si, ou futuramente, para seus filhos, ser gari, lixeiro, faxineiro, peão de obra ou de indústria, ou qualquer outro emprego "imprestável". Todos querem, para si ou para seus filhos, empregos dignos, empregos que só conseguem com graduação, mestrado, doutorado, quanto mais difícil de entrar, mais digno é o emprego.
Mas, e os empregos "indignos" ou "imprestáveis"? Devemos descartar quem os realiza, como se estes fossem os ratos que sujismundam o nosso cotidiano?
Havia uma pequena cidade que todo mundo desprezava os pobres lixeiros. Faziam de tudo para atrapalhar seu serviço - não separavam os lixos, fazendo-os separar; projetavam objetos pontiagudos da sacola para os lixeiros se cortavam; colocavam os lixos depois da sua passagem, obrigando-os a passar novamente; chamavam-nos de sujismundos, de indignos de andar junto das pessoas "dignas", e por aí vai. Era assim todos os dias. Cansados de tamanho desrespeito por parte da sociedade, resolveram protestar - não iriam mais passar recolhendo os lixos da cidade. Só iriam pegar o lixo de suas residências.
No primeiro dia, ninguém se importou, achou até melhor, já que não iriam mais dividir espaço com os "imprestáveis", os "sujismundos". Passaram-se dias, e as ruas foram tomadas pelo lixo. Começaram a aparecer doenças, e o desespero tomou conta das ruas. A sociedade daquela cidade não iriam mais dividir espaço com os lixeiros sujismundos, entretanto, dividiam espaço com o lixo, um "mal" maior
Naquele dia, começaram a perceber que o lixeiro até poderia ser "uma escória", "um bando de sujismundos", "profissão indigna", mas era uma profissão que ninguém conseguia viver sem...
Não é necessário ser de uma profissão para valorizá-la. Qualquer profissão é importante, não importa qual ela seja...

Escrito por Rodrigo Picon
Contato: rp_dex@hotmail.com

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